quarta-feira, 18 de março de 2020

Pela primeira vez, cientistas descobrem proteína extraterrestre num meteorito


Pela primeira vez, cientistas encontraram uma molécula completa de proteína num meteorito – e têm quase a certeza que não é originária da Terra. Depois de analisar amostras do meteorito Acfer 086, uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard e das empresas de biotecnologia PLEX Corporation e Bruker Scientific descobriram que os componentes básicos da proteína diferiam quimicamente da proteína terrestre.
De acordo com o seu estudo, que está diz na plataforma de pré-publicação ArXiv desde sábado, “este é o primeiro relatório sobre uma proteína de uma fonte extraterrestre”.
Uma proteína é uma molécula orgânica composta por aminoácidos. É uma fonte de combustível de alta energia e também compõe a maioria das máquinas nas células biológicas. Há vários anos, os cientistas descobriram aminoácidos – ou pelo menos moléculas semelhantes a aminoácidos – no Espaço, bem como outras moléculas importantes para a vida biológica.
De acordo com o Futurism, os investigadores dizem que, desde então, também foram identificadas cadeias de aminoácidos, mas nenhuma era suficientemente grande ou organizada para ser considerada uma proteína completa.
O artigo – que ainda não passou por uma revisão acadêmica nem foi publicado numa revista científica – reforça a hipótese de que os impactos de meteoritos poderiam ter contribuído para o desenvolvimento da vida na Terra. É possível que algumas das moléculas ou compostos necessários para a vida emergir e prosperar tenham sido entregues através de um bombardeamento de rochas espaciais.
Por outro lado, esta investigação não confirma a existência de vida extraterrestre nem determina de onde veio esta proteína sobrenatural ou como se formou. Ainda assim, os cientistas estão confiantes de que a sua “casa” não é a Terra.


domingo, 27 de janeiro de 2019

O poder dos tardígrados


O filo tardígrado é um dos mais incríveis da natureza. Seus representantes microscópicos são capazes de sobreviver ao vácuo do espaço, a radiação ultravioleta e temperaturas extremas como a -200 graus Celsius e +150 graus Celsius. Eles também voltaram a vida após serem submetidos a mais de 40.000 quilopascals de pressão e quando colocados em altas concentrações de gases sufocantes (monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio, dióxido de enxofre).
Os atributos de sobrevivência dos tardígrados são, de fato, bastante apropriados para um organismo que se abriga em musgos e líquens (briófitos), visto que estes lhes proporcionam apenas uma fina camada de proteção.
Mas o que confere tanto poder aos tardígrados?
É o que a imagem nos mostra:
Nessa imagem um tardígrado se encontra em estado de latência. Esse estado no qual os processos metabolismo são suspensos, é conhecido por criptobiose. Esses animais podem permanecer nesse estado até que as condições ambientais melhorem. Isso confere resistência para sobreviver a ambientes extremos. 
Na criptobiose, causada por extrema dessecação, a atividade metabólica é paralisada devido à ausência de água líquida. Dessa maneira, para suspender o seu metabolismo o organismo perde até 97% da umidade do corpo e se encolhe em uma estrutura menor do que seu tamanho original, provavelmente em torno de um terço. Nesse estado, a criptobiose é chamada anidrobiose - que significa vida sem água.
A anidrobiose e a criobiose levam à formação de tonéis, mas não são equivalentes - são mecanismos diferentes de proteção contra diferentes agressões ambientais.
Os tardígrados podem entrar em anidrobiose algumas vezes durante o ano. A perda de agua pelo organismo ocorre lentamente e então o animal encolhe suas pernas e sua cabeça se enrolando, o que minimiza a área da superfície. Quando quase toda a sua água interna foi retirada, o tardígrado se encontra em anabiose, um estado seco de animação suspensa. Nessa forma, o animal é quase um pó composto dos ingredientes da vida. Dessa maneira os tardígrados conseguem se preservar até que quando reidratados pelo orvalho, chuva ou neve derretida, podem retornar ao estado ativo dentre alguns minutos a algumas horas.
Na criobiose, outra forma de criptobiose, o animal sofre congelamento, mas pode ser revivido. Qualquer temperatura abaixo do ponto de congelamento do citoplasma da célula suprime a mobilidade molecular e, portanto, suspende o metabolismo. Altas temperaturas de congelamento podem causar rupturas estruturais, no entanto os tardígrados, conseguem sobreviver ao frio extremo. Provavelmente o que confere resistência ao frio é a liberação ou síntese de crioprotetores. Esses agentes podem controlar a temperatura de congelamento do tecido, desacelerando o processo e permitindo uma transição menos prejudicial para a criobiose, além de suprimir a formação de cristais de gelo não compatíveis com o subsequente descongelamento.
Assim, devido a suas propriedades esses animais são bem estudos pela ciência e são alvo de pesquisas no espaço, sendo que cada experimento nos leva a descobertas incríveis. Se temos algo a aprender sobre sobrevivência os tardígrados tem muito a nos ensinar. 
Fontes:

domingo, 4 de março de 2018

Álcool em pequenas quantidades dobra tempo de vida de vermes.

Cientistas descobriram que etanol faz muito bem à saúde deles. Descoberta pode ajudar a entender benefícios do álcool em humanos.

O verme Caenorhabditis elegans (Washington University/AFP/AFP)

Pequenas quantidades de álcool etanol dobram o tempo de vida de um tipo de verme frequentemente usado em pesquisas de longevidade. A descoberta foi feita por acaso em um trabalho no laboratório de bioquímica da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos.
A relação entre consumo de álcool e doenças cardiovasculares em seres humanos pode ser representada por uma ‘curva em J’, segundo análise estatística: quem bebe pequenas quantidades de álcool por dia (duas doses para homens e uma para mulheres) costuma ter riscos menores de ter um infarto do coração ou um derrame cerebral do que abstêmios; mas quem bebe muito aumenta as chances de ter esses problemas. O “J” significa essa curva em uma representação gráfica. A perna menor da letra representa o risco dos abstêmios. Sua queda na curva da letra representa o risco dos bebedores moderados, e sua ascensão acentuada na perna grande da letra, o risco dos que bebem muito.Os pesquisadores queriam saber se o colesterol tinha algum benefício na saúde dos vermes Caenorhabditis elegans, que têm um milímetro de comprimento quando adultos e vivem debaixo da terra, alimentando-se de bactérias. O etanol foi usado como solvente para diluir o colesterol dado aos vermes.O C. elegans tem vida média de 15 dias e consegue passar de 10 a 12 dias sem comer nada. Com o colesterol e sem nada para comer, o tempo de vida dos microrganismos aumentou consideravelmente, chegado até a 40 dias.“Acabamos descobrindo, porém, que o colesterol não teve nenhum benefício sobre a vida dos vermes. Foi o solvente, mesmo muito diluído, que teve o efeito de aumentar a longevidade”, afirmou Steven Clarke, professor de química e bioquímica na UCLA. O etanol estava diluído em uma para mil partes, mas também funcionou ainda mais diluído, com uma para 20 mil partes. “É uma colher de sopa de etanol em uma banheira cheia de água”, comparou Clarke.A bioquímica Paola Castro, que participou da pesquisa, disse que a visão dos vermes em microscópios mostra que o efeito do álcool é muito aparente. “Foi incrível ver como os vermes que tiveram acesso a pequenas doses de etanol pareceram significativamente mais robustos que os companheiros que não receberam álcool”, disse ela. Clarke afirma não saber por que uma porção tão pequena de álcool teve uma reação tão forte na vida dos vermes. “Pode até ser uma explicação trivial, que passou despercebida, mas não acho que seja o caso”, disse ele. “Nós sabemos que se a quantidade de álcool for aumentada eles não vivem mais. Pelo contrário, eles morrem”, completou.O próximo passo do trabalho é pesquisar que mecanismos fazem com que o etanol beneficie a saúde desses microrganismos. Como metade dos genes dos vermes têm similaridade com os dos seres humanos, a equipe poderá encontrar ligações entre o benefício de pequenas quantidades de álcool para as duas espécies.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Técnica com macacos deixa ciência mais próxima da clonagem humana

Chineses usam técnica que deu origem à ovelha Dolly para criar macacos. Segundo eles, o resultado abre portas para fazer cópias de seres humanos, mas o objetivo é impulsionar pesquisas na área médica. A clonagem de primatas era considerada um desafio dificílimo e os cientistas levaram décadas para desenvolver um método capaz de realizá-la com sucesso. Segundo os autores do estudo, publicado no dia 24 de janeiro de 2018, na revista Cell, esse tipo de clonagem em macacos permitirá pesquisas com populações de animais "personalizados" e geneticamente uniformes. Assim, será possível estudar uma doença genética, por exemplo, produzindo dois macacos idênticos, com uma única uma modificação no gene cuja atuação se pretende estudar. 

A ONG Pessoas para o Tratamento Ético dos Animais (Peta) qualificou de "espetáculo de horror" o experimento feito por uma equipe de cientistas chineses, que clonou dois primatas com o mesmo método usado para criar a ovelha Dolly em 1996.
"A clonagem é um espetáculo de horror: uma perda de vidas, tempo e dinheiro, e o sofrimento que tais experimentos causam é inimaginável", afirmou a organização.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Uma nova função do pulmão foi descoberta, e é surpreendente

Se você imaginava que já sabíamos tudo sobre o corpo humano, enganou-se. Pesquisadores descobriram que os pulmões desempenham um papel muito mais complexo nos corpos de mamíferos do que pensávamos. Novas evidências revelaram que eles não apenas promovem a respiração, mas também desempenham um papel fundamental na produção de sangue.


Em experimentos com ratos, a equipe descobriu que os pulmões produzem mais de 10 milhões de plaquetas (pequenas células sanguíneas) por hora, o que equivale à maioria das plaquetas na circulação dos animais. Isso vai contra o que se pensava até o momento, que a medula óssea produz todos os nossos componentes sanguíneos.
Mark R. Looney, um do pesquisadores por trás da descoberta, diz que: “Esta descoberta definitivamente sugere uma visão mais sofisticada dos pulmões – que eles não são apenas para a respiração, mas também um órgão chave na formação de aspectos cruciais do sangue”.
“O que observamos nos ratos indica fortemente que o pulmão pode desempenhar um papel fundamental na formação de sangue em seres humanos também.

Você deve estar se perguntando por que descobriram só agora um processo tão importante para o funcionamento do nosso corpo, a resposta é simples:

A descoberta foi possível graças a um novo tipo de tecnologia, ou seja, não se sabia desse processo pois era impossível com a tecnologia que existia até o momento.
As descobertas precisarão ser replicadas em seres humanos antes que possamos saber com certeza que o mesmo processo está ocorrendo dentro de nossos corpos. Se for comprovado, o pulmão seria o órgão mais subestimado da história da medicina.
O estudo foi publicado na revista Nature.
Esse texto foi originalmente pulicado em inglês em Science Alert.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Tecidos biológicos aplicados em robôs podem ajudar a medicina

A biotecnolgia já está chegando a um ponto onde é possível recriar em laboratório tecidos do corpo humano (e até órgãos mais complexos) para transplantes e outras funções. Tendo isso em mente, alguns cientistas já então pensando em usá-los em robôs. Calma, isso não significa que teremos por aí exterminadores como nos filmes de Arnold Schwarzenegger! Na verdade, a ideia é tornar esses órgãos mais bem adaptados aos humanos. Hoje em dia, quando se recria em laboratório tecidos que utilizam células humanas, eles devem ficar imóveis para se desenvolver e crescer adequadamente. Porém, humanoides em movimento poderiam ajudar a dar mais naturalidade a essas partes, como músculos, tendões e pele, por exemplo, de maneira que elas se acostumassem com os movimentos realizados pelas pessoas que os receberiam. É nisso que acreditam os estudiosos da Universidade de Oxford: tecidos criados artificialmente poderiam ser usados previamente por robôs, que simulariam os movimentos feitos pelos humanos, antes de serem transplantados para o paciente final. Assim, as partes já chegariam ao destino final prontas para serem usadas, devidamente adaptadas a um corpo, mesmo que não um humano. O modelo que está sendo testado para essa função chama-se Kenshiro, um robô humanoide desenvolvido pela Universidade de Tóquio. Segundo os cientistas, Kenshiro possui “estruturas, dimensões e mecânicas similares ao corpo humano”. Ele receberia os tecidos humanos desenvolvidos em laboratório e poderia adaptar seu corpo para que se aproximasse mais do formato, dimensões e até movimentos personalizados do paciente.
Isso também abre as portas para a criação dos primeiros humanoides bio-híbridos, que utilizariam tecidos orgânicos como revestimento de seus corpos e seriam capazes de regenerá-los por conta própria, usando as mesmas tecnologias que os cientistas usam para replicá-los com o objetivo de aplicá-los em seres humanos. Assustador? Pode até ser, mas ainda assim, é um ato que representa um grande passo na biotecnologia.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Cientistas descobrem lagarto que solta pele do corpo para escapar de predadores

Cientistas alemães descobriram uma espécie de lagarto que se livra completamente da pele para fugir dos predadores. O réptil, de nome científico Geckolepis megalepis, foi batizado de lagarto-escama-de-peixe. Ele vive em Madagascar e nas vizinhas ilhas Comores, na costa sudeste da África.
Muitos lagartos podem soltar a própria cauda quando atacados, mas a nova espécie tem escamas grandes que se desprendem com facilidade ainda maior. O lagarto é especialmente adaptado à descamação. Embora muitos outros lagartos possam se livrar da pele quando agarrados com firmeza, essa espécie faz isso diante do mais leve toque. Novas escamas crescem em algumas semanas sem deixar cicatrizes, enquanto outros lagartos demoram mais para regenerá-las.
Outra característica que impressionou os cientistas é o tamanho - considerado grande - das escamas do Geckolepis megalepis. A hipótese é de que escamas maiores se soltam mais facilmente porque ocupam superfície e área de atrito também maiores. "O que é realmente impressionante é que estas escamas, que são espessas e às vezes podem ser ósseas, exigem um grande gasto de energia na sua produção", disse o chefe da pesquisa Mark Scherz, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, na Alemanha. "Também impressiona a facilidade com que se soltam e regeneram rapidamente sem deixar cicatriz." A nova espécie foi observada no Parque Nacional do Tsingy, no norte de Madagascar, em atividade durante a noite, em temporadas de chuva e seca, em árvores e cavernas.